Há dias estive reunida com um amigo para falarmos de coisas...
Porém, no meio dessas coisas, as fofocas dos amigos e conhecidos vieram à ribalta. Nos entretantos das tais fofocas, ele relata-me uma situação de uma amiga dele, que para mim é só uma conhecida. O que mesmo assim, não deixou que o assunto fosse predominante, após começar a falar dela. Pois porque se trata de uma rapariga de 30 e poucos anos. Uma artista plástica, logo, tem uma interacção com o público bastante elevada. E, porque está a viver o maior drama da sua vida. Como disse à pouco, é artista, e os artistas neste país, infelizmente, ou são de renome, ou então quase morrem à fome. Por isso, ela tem poucos recursos, segundo consta. Vive basicamente do que faz e vende mas, muito a conta gotas. Agora com a crise, imagina-se o cenário dessas pessoas e outras, que vivem da arte num modo geral...
Bom, retomando, ela agora têm em mãos (
esta), doença. Mais, neste momento, segundo ele, já começou a perder os dentes da frente. Logo, a auto-estima está frágil. O isolamento tem sido uma constante, porque é complicado para ela expor-se desta maneira e, vivendo somente do trabalho que elabora, assim como a exposição que tem, e se antes desta situação, o panorama financeiro já não era risonho, agora assim e, não tendo meios para os tratamentos, que parece que são caros, pior. Nem dá para imaginar a aflição que paira naquela mente, saber que daqui a uns tempos não terá mais os seus dentes. Mais do que a estética que é importante obviamente, por todas as razões existentes à volta disso, mas também impõe-se aqui o lado da saúde, seguindo da alimentação. Porque uma pessoa sem dentes, ou poucos, não consegue fazer a sua mastigação convenientemente. Daí a ter problemas de estômago, é um passo. E bolas, estou a escrever sobre uma mulher de 30 e poucos anos [...].
Confesso, aflige-me ver o desleixo de muitas pessoas com a sua boca. Depois, aflige-me perceber que hoje em dia, mesmo havendo um maior cuidado na prevenção, os senhores dentistas não baixam os preços das consultas, dos tratamentos. Assim fica complicado. Não para quem pode e não vai. Ou por medo, ou simplesmente desleixo. O que se vê muito por aí. Mas sim, para quem não pode. É que mesmo que quisesse, logo se impõe a questão máxima desta precariedade, "ou tiro os 70€ (valor base), para o dentista, ou para aconchegar o estômago." - Portanto, aqui, parece-me muito bonito a prevenção de trinta e um de boca que os dentistas têm vindo a fazer para os órgãos de comunicação social, mas com consultas a estes preços e tratamentos exorbitantes, fica difícil fazer face a esta carência a nível bucal. E, os nossos dentes, são o nosso cartão de visita (como eles dizem, e bem!).